Parte 4 - Pedro


Agora sabia que tinha um pouquinho de sorte. Sorte? Acho que sim, e precisava urgentemente arrumar outro jeito de me aproximar dela. Era só nisso que eu pensava depois de ver seu sorriso, depois de ver como Marina ficava mais bonita quando sorria. Mas como? A garota era uma fortaleza, mas agora eu já sabia um de seus segredos, e poderia usar isso ao meu favor. Eu não queria uma conquista qualquer, e não era pura curiosidade. Ela me intrigava, eu só não tinha descoberto porque. Eu precisava descobrir porque. Porque ela sorria pouco? Porque quando estava na sala de aula parecia que seus pensamentos estavam em outro lugar.

Minha mãe desde criança diz que sou muito curioso, e depois de grande confirmei isso. Sou mesmo. Não sou fofoqueiro. Gosto de conhecer as pessoas e sou muito atento aos detalhes.

E minha curiosidade foi testada no primeiro dia de aula. Tinha acabado de encostar a moto próximo à saida do curso quando a via. Estava tão linda; havia acabado de atravessar a rua e não era capaz de perceber como os garotos a olhavam, em como seus cabelos avermelhados esvoaçantes lhe caiam muito bem. Voltei a minha atenção para entrar na sala, foi aí que percebi que éramos da mesma turma. Como eu iria resistir à tamanha beleza?? Era desconcertante; iradiava beleza mas pouco sorria.

Ela vinha na minha direção, fiquei nervoso. Vi quando seu telefone celular tocou, vinha tão despreocupada, tão distraida, se escondia do mundo - pude perceber pois não olhava ninguém nos olhos. Vinha de cabeça baixa, completamente nas nuvens e trombou comigo. Pedi desculpas, a ajudei a recolher sua mochila que havia caido, mas ela nem me olhou, só pediu desculpa e nem me dirigindo um olhar. Nada. Levantou-se - irritada - e seguiu seu caminho como se nada tivesse acontecido. Não consegui me concentrar em nada depois disso, só nela. Descobri que seu nome era Marina e tinha 17 anos.

0 comentários: