Message in a Bottle #2

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Recebeu minha primeira carta?
Hoje li aquele rascunho e percebi o quanto eu tava desesperado naquele dia... sinto sua falta.
Creio que estava muito nervoso, não sou mais o mesmo, é tão estranho uma vida sem você nela.
É sempre assim, dia após dia fingindo que acordei com você, que vamos tomar café, que te acompanharei até o estacionamento, que te verei em breve quando a tarde cair - querendo a escolha que não pude evitar.

Pensei esses dias que teria sido melhor se não tivesse te conhecido naquele cinema. Quem diria que eu viraria um grande fã de clássicos por sua causa? Isso ainda me faz rir! Eu odiava aquilo: uma época que não existe, valores que foram esquecidos, uma linguagem estranha. Mas você amava... ama! Viu o que fez comigo? Fui abduzido para um mundo irreal. Toda aquela baboseira de contos de fadas e blá-blá-blá de meninas. Depois eu não me contive e só quis mais disso, de você e de tudo o que me oferecesse.

Mas não. O desespero deixa a gente pensar e falar coisas que não deve. Eu só sei que te amo, e não mudaria nada que houve entre nós. Ah! tem sim, não teria deixado você entrar naquele avião. Isso sim eu mudaria.

Quero você aqui!
Do sempre seu

Rôtulos e o que eu poderia ser!

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Você já gostou tanto de uma coisa que sentia que sua vida era ligada aquilo de alguma forma? Que por mais que você pudesse e tentasse se livrar disso no começo, foi se fixando cada vez mais e foi impossível soltar? Então, eu sinto isso todos os dias de uns anos pra cá.

Sempre existem essas matérias jornalísticas por aí que mostram pessoas que colecionam selos, canecas, carros, LP's, porcelana; e não entendia o que viam de interessante nisso. E hoje eu entendo, e muito bem.  Amo livros, de um jeito que nunca achei que fosse gostar de algo na vida.

Juntei muitas partes de mim aos 13 anos deixando meu passado pra trás, e segui em frente, crescendo. Encontrei uma num Criador que fez de mim uma pessoa melhor, aprendi a estudar a Palavra de Deus, ficando mais assídua com a leitura. Aprendi a sonhar não só com o presente mas também com um futuro diferente de hoje. Fui por aí sonhando, me encantando com o que eu poderia ser, e encontrei meu caminho.

Caí no mundo dos livros aos 17 anos, porém lembro que minha infância também fui recheada de gibis e de livros que nem tinha idade para ler e entender, mas estavam lá me fazendo companhia. Pedro Bandeira foi meu 'debut' na literatura, fazendo o carro da minha imaginação andar. No ensino médio fui obrigada - literalmente - a ler clássicos que me faziam ter arrepios de raiva (e que sem saber seriam meus preferidos mais adiante), porque a influência do professor certo e que ama seu trabalho me fariam ver a literatura com outros olhos. Naquele mesmo período, Augusto Cury me mostrou que preciso treinar minha mente com disciplina e nunca deixar de sonhar; com a minha primeira série literária de Ann Brashares, aprendi com Lena, Tibby, Bridget e Carmem que amizades são eternas e fazem parte de um amor incondicional. E tive o prazer de 'conhecer' uma escritora que mesmo não tendo lido nada dela sabia que teria muitas coisas para me dizer, mas as barreiras linguísticas não deixava. E não estava errada, né Sarah Dessen?

Não parou por aí! Descobri o que é o amor, decepção, amizade, esperança e paixão nas páginas de um livro. Vivi vidas que jamais viveria, conheci personagens que jamais teria tal oportunidade, chorei, sorri, até experimentei a sensação de se estar morrendo, mas renasci mil vezes. E parecia que nunca ia acabar. Precisou Jane Austen vir parar nas minhas mãos para sonhar sonhos maiores, e me extasiou com uma época muito distante da minha realidade. E não dá pra enumerar tantos outros que acrescentaram histórias à minha existência.

Mas algo tem me incomodado com o passar dos anos. Tenho pensado muito em como algumas pessoas denominam outros com rôtulos. E imagino como alguns colecionadores são chamados de loucos. Quando se gosta tanto de algo é inconcebível descrever o alcance do seu amor. Chegar em lugares e perceber que você é conhecida(o) assim deveria ser bom, mas quando isso lhe traz uma sensação de tristeza, não o é. Fico pensando se estou soando repetitiva dia após dia, porque só eu sei em como minha vida é ligada aos livros. Será que a culpa é minha, ou são as pessoas que pouco me conhecem?

Pois bem, aqui vai: não me rotulem! Minha decisão é essa, porque eu AMO LIVROS, e não imagino minha vida sem eles. Mas se eu sou só isso? Não! Mesmo que eu ame livros mas do que consiga explicar, eu não sou só isso. Tem muito mais que livros dentro de mim, e eles não são meus únicos vícios. Creio que família e amigos verdadeiros são a melhor coisa que Deus trouxe à existência. Adoro café forte, canecas,  chocolate, Nutella, e qualquer coisa que envolva doce, tô dentro! Lembro que queria ser professora e fazia meu portão de quadro-negro, depois quis de alguma forma poder dar uma qualidade de vida melhor para pacientes num hospital mas ver o sofrimento de outros me deixava triste e não aguentei por muito tempo. Agora Moda foi acrescida a lista de "coisas à fazer antes de morrer", junto com o maior sonho da minha vida que envolve Paris e um passarela - não eu nela, é claro! A beleza da borboleta sempre me encanta, e música é como estar em outro mundo onde só existe o ritmo e um coração batendo. E por mais que eu goste dos Backstreet Boys, Beyoncé, JoJo, Xtina, Mariah, Alicia Keys, Colbie, HaAsh, Joss Stone, nenhum cantor falará com o meu coração como o Alejandro Sánz. E que filmes - por mais que emocionem - tiram o poder da imaginação e sempre que sobe o "In The End" me questiono o que acontece depois com os personagens, e é frustrante. A sensação de dançar e se sentir livre, não há melhor. E que séries de Tv é uma espécie de novela, só que bem produzida e me permite passar anos ao lado de meus personagens preferidos - a não ser que cancelem a próxima temporada né. E no meu pequeno mundo agora habita os doramas, um vício recente, que faz com que fique horas na frente do computador.

Enfim, essa sou eu. Não toda, mas o que sei e posso dizer no momento. Amanhã não sei o que serei, posso só imaginar o que poderei ser. Mas por enquanto sou feita de livros e de tudo o mais que eu posso perseguir.