Nosso Amor: Rider & Mallory (The Problem WIth Forever, de Jennifer L. Armentrout)



"Ai Deus, me ajude a falar desse livro direitinho. Amém!". Pois é, porque tem livro que são feitos para dilacerar a gente e The Problem With Forever é um desses.

Já tinha ouvido falar desse novo livro da Jennifer Armentrout desde o BEA em junho de 2016 quando alguns booktubers pegaram as ARC's (livros que são provas) deles. Fiquei enlouquecida com essa sinopse e não poderia ser melhor do que isso. Até porque depois de "Espero por Você" e "Não Olhe Para Trás" a autora tem um lugar separadinho no meu coração.





E já deixo um alerta: esse é o melhor livro dela que já li e com certeza é uma leitura favorita desse ano. Porque adoro livros emocionais, que tratam de assuntos importantes e ao mesmo tempo consegue ser engraçado. E ainda leva mais um pontinho especial por ser um YA (jovem adulto).

Logo no começo da história (e também pela sinopse) compreendemos que Mallory teve uma infância muito difícil ao viver num lar adotivo até os 13 anos onde evitava falar para não ser repreendida, e não de um jeito amável. E poderia ter sido muito pior se não fosse a companhia de Rider, o garoto que a defendia do dono da casa.



Mas quando a história começa realmente no capítulo 1, Mallory não tem mais 13 anos, ela está em outro estágio da vida, quatro anos se passaram e agora é adotada por uma boa família. Carl e Rosa são os novos pais e sentiram-se afeiçoada a ela, e assim pode passar os últimos quatro anos sendo bem cuidada e é muito grata pelo que tem hoje. Mas nada é perfeito né, depois de uma infância extremamente difícil, Mallory tem algumas cicatrizes emocionais que não passam.

"Nem todos os pais adotivos eram horríveis. Olhe para Carl e Rosa. Eles me fizeram ter esperança. Eles me adotaram, mas antes deles, este menino de pé diante de mim e eu não tivemos sorte."

Após muito tempo estudando em casa, junto com os pais toma a decisão de fazer o último ano na Lands High e assim faz. Só que devido aos maus tratos, ela tem uma dificuldade em expressar o que sente, até coisas simples como tomar a iniciativa em começar uma conversa ou responder a alguma pergunta feita é preciso um grande esforço da parte dela.  E é nessa escola que reencontra o amigo de infância: Rider, que de alguma forma trará alguns monstros à tona.

"Ele nunca fugiu. Ele nunca se escondeu de nada. Sempre tinha sido eu. Nós tínhamos sido yin e yang. Minha covardia e a sua bravura. Sua força para a minha fraqueza."

No entanto, ela é uma lutadora. Uma protagonista muito profunda, que a cada página que eu virava era como se fosse cavar um poço que minava mais e mais água. Quantos capítulos eu lia, mais eu descobria sobre quem ela era e seus anseios. Contudo, o crescimento dela durante a leitura é gradativo e inspirador. Nada o que se passa dentro da cabeça da Mallory é fácil, mas isso não a torna rude ou ruim. Muito pelo contrário, ela é uma pessoa linda por dentro e por fora, doce e fácil de amar. Cada passo que ela dá em direção a ficar melhor emocionalmente me fez muito feliz e torcer ainda mais por ela.

"Eu ainda estava irritada com ele. Não que não apreciasse sua preocupação, mas eu não era uma donzela que ele precisava correr e salvar. Ou eu estava tentando não ser. Porque a Mallory que eu queria ser não era fraca ou patética."

Nesse meio tempo em que esperava uma oportunidade de fazer a leitura desse livro, li muitas resenhas no Goodreads e até mesmo na blogosfera brasileira, e vi que muitos se incomodaram com o jeito da Mallory se expressar. A autora usou muitas reticências para expressar a exitação dela na hora de tomar a iniciativa, e muitas vezes vi como um jeito de gaguejar por não ter certeza se deve falar ou não. E fiquei pensando se todos realmente se sentiam assim; pois comigo não aconteceu. Talvez seja porque sou muito quieta e não o tipo de pessoa que toma muita iniciativa em conversar com as pessoas por ser tímida; e na maioria das vezes prefiro ficar quieta do que falar besteiras ou magoar outros.

Então, ao meu ver o jeito da Mallory se expressar com cautela foi muito crível. Em nenhum momento achei exagerado ou que não imaginei que pudesse existir alguém assim. Talvez seja o excesso de confiança em muitos personagens que faz alguns generalizar que todos devem ser assim, ou muito falantes. E acho que nem preciso citar o fator empatia, que deve fazer o leitor se colocar no lugar de uma menina que passou a vida sendo repreendida a não fazer nenhum barulho...

"Você não pode falhar quando realmente não tentar, certo? Você saberia disso."

Os personagens secundários tem papéis fundamentais dentro do enredo. Ainsley, Hector, Jayden, Paige, Kiera, Jô e o Sr Santos, todos são importantes cada um do seu jeito, mas consegui me apegar a eles de uma forma grandiosa. Jayden fez meu coração doer. Kiera foi uma amiga de escola fora do esteriótipo que mesmo não sendo a melhor amiga deixou o gosto de uma amiga especial que a Mallory vai levar pelo resto da vida, ou pelo menos lembrar dela com muito carinho. Paige apesar de ter tudo para que a odiasse, fez com que eu tivesse um misto de emoções por ela, às vezes eu queria apertar o pescoço dela e outras queria abraçá-la porque a vida não é fácil.

O que dizer do Rider? É tão difícil! Ele é uma pessoa incrível. Um cavalheiro num cavalo branco. Que não mudou e ainda sente a mesma necessidade de quando eram mais jovens. E o jeito dele em lidar com as situações é meio esquiva e diferente, e por muitas vezes me fez questionar se ele continuava sendo a mesma pessoa. E mais uma vez, a autora me surpreendeu com o que criou e a paixão pelo Rider é instantânea. Ele é um personagem brilhante, que cativa e comove com suas próprias cicatrizes. E que coisa mais linda é ele chamando a Mallory pelo apelido de Mouse, e conforme vamos lendo o entendimento do apelido se torna mais concreto e real.

"Você está crescida. E você ainda é quieta como um ratinho."

Um dos fatores nesse livro que achei muito bem trabalho é que apesar de poucos meses de duração, a história foi muito bem trabalhada e não ficou falhas que faça o leitor se sentir incomodado. Bom, pelo menos, nada me incomodou com respeito a isso. Achei que mais uma vez a Jennifer L. Armentrout foi maravilhosa em criar um enredo com começo, meio e fim e não deixar o leitor de fora de nada sobre ele.



The Problem With Forever é sobre o caminho que a vida nos leva, como o conduzimos com o que temos, e como identificamos a nós mesmos. Por mais que nos importemos com o que outros achem de nós, a coisa que mais deveria importar é como vemos a nós mesmos e o que fazemos com isso. Se for algo negativo, precisamos mudar e acreditar.

"Por favor, não leve isso para o lado errado. É só que eu acho que às vezes você perde o que está acontecendo em torno de você, porque você está preocupada com o que os outros estão pensando sobre você e suas escolhas."

Jennifer L. Armentrout trouxe atenção assuntos muito importantes como o buraco no sistema de adoções e casas de assistência, como as crianças precisam de ajuda psicológica enquanto vão crescendo e ao crescer. De muitas formas que não posso citar aqui esse livro me ajudou a encontrar minha própria voz e a pensar que nem tudo eu posso fazer sozinha. Mallory e Rider são um bom exemplo de personagens que todos deveriam conhecer e The Problem With Forever deveria virar leitura obrigatória.

Acho que essa resenha ficou gigante, e mesmo assim sinto que não consegui passar o que realmente senti. Porque quando senti vontade de ler apenas visualizei o título e achei interessante, e quis lê-lo. Mas esse livro é muito mais. É de quebrar o coração, de fazer chorar, profundo, inspirador, e capaz de colar os caquinhos dos sentimentos que restaram. Nunca vou esquecer (até porque pretendo reler em breve!). Dizer adeus a esses personagens foi triste demais. Quando o epílogo chegou eu já queria voltar mais um pouquinho, e reviver algumas coisas, como também queria que tivesse mais páginas sobre o que aconteceu com eles depois.



Nota: torcendo para Rider e Mallory aparecerem em futuros livros da autora, um easter eggs ou um crossover não custa nada né?

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